Movimento Camponês Popular ocupa agências da Caixa em Silvânia, Vianopolis e outras cidades goianas

Nesta quinta – feira, 7, membros do Movimento Camponês Popular estão ocupando agências da Caixa Econômica Federal em Silvânia,  Catalão, Jaraguá, Santa
Terezinha, Posse e Vianópolis.

Cerca de 1.000 camponesas e camponeses  se organizaram em torno da manifestação qu tem como objetivo sensibilizar o governo federal para manter os investimentos no Programa Minha Casa Minha Vida no módulo PNHR Programa Nacional de Habilitação Rural, o qual está na tesoura de cortes do governo.

Em Silvânia os manifestantes ocuparam a Caixa Econômica Federal por volta de 8:00 horas e a intenção é manter a ocupação até que representantes do Movimento sejam recebidos por Ministros da área em Brasília.

A Coordenação do Movimento Camponês Popular divulgou hoje de manhã a seguinte Nota Oficial sobre a manifestação:

” MOVIMENTO CAMPONÊS POPULAR REALIZA JORNADA DE LUTA EM VIRTUDE DO 8 DE MARÇO

O Movimento Camponês Popular (MCP) realiza entre os dias 7 e 8 de março, a jornada de luta, que
compõe o Dia Internacional de Luta das Mulheres (Dia Internacional da Mulher). Em Goiás, as ações são
ocupações, em 5 agências da CAIXA, realizadas em diversos municípios, dentre eles: Catalão, Jaraguá, Santa
Terezinha, Posse e Vianópolis. São cerca de 1.000 camponesas e camponeses que se organizam em torno
das seguintes reivindicações:
1. DEFESA INTEGRAL DA VIDA DAS MULHERES CAMPONESAS com a promoção de políticas públicas de
combate à violência e proteção de mulheres e ações de fomento para organização produtiva e
geração de renda.
2. HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NO CAMPO:
 Contratação da demanda protocolada na CAIXA de 995 unidades habitacionais em Goiás;
 Publicação imediata da seleção pelo Ministério das Cidades, tendo em vista que esse processo
já se arrasta desde outubro de 2023;
 Aumento da meta geral de contratação no Programa Nacional de Habitação Rural para 100
mil unidades em todo país, no ano de 2024.
3. CRIAÇÃO E FORTALECIMENTO DE PROGRAMAS VOLTADOS A AGRICULTURA CAMPONESA PARA
INVESTIMENTOS NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS como, assistência técnica pública, crédito para
produzir, programa de mecanização da agricultura camponesa, agroindústria, incentivo para
produção de bioinsumo e sementes crioulas, ampliação do orçamento para PAA, PNAE.
Neste ano, nossa jornada acontece entre os dias 07 e 08 de março, com o lema: Mulheres
camponesas contra a fome, pelo direito de viver bem e sem violência no campo!
As mulheres camponesas historicamente cumprem um papel fundamental na produção de alimentos
saudáveis e na conversação da agrobiodiversidade, pilares para construção da soberania alimentar e no
combate à fome.
Atualmente, cerca de 33,1 milhões de brasileiros estão passando fome. A concentração de riqueza só
aumenta nas mãos de poucos grupos e o meio ambiente sofre com a destruição acelerada em nome da
ganância de um modelo de produção de commodities no campo – o agronegócio, que produz para exportar,
enquanto contamina de agrotóxicos nossa água, nossa terra, nossas sementes, destrói nossos territórios
produzindo violência e fome.
Neste contexto, as mulheres são as mais atingidas, pois muitas delas são chefas de família e principais
responsáveis em levar o alimento para a mesa de suas famílias. Sofrem com o trabalho precarizado, a desvalorização, a imposição da tripla jornada e enfrentam diariamente as diversas faces da violência
patriarcal e racial.
Denunciamos todas essas violações. Não é possível viver bem sabendo que milhares de mulheres não
dormem por terem o que dar de comer aos seus filhos, não é possível viver bem sabendo que a violência
contra as mulheres tem aumentado, não é possível viver bem não tendo um lugar digno de morar. Não é
possível viver bem sem ter as condições estruturais de produzir alimentos, não é possível bem sem ter nossos
direitos garantidos.
Precisamos dar um basta na violência que atinge todos os dias as mulheres do campo e da cidade. O
nosso país tem índice altíssimo de violência contra as mulheres, de feminicídio. O Fórum Brasileiro de
Segurança Pública (FBSP) aponta que só no primeiro semestre de 2023 foram registrados 722 feminicídios
no Brasil e também a cada 8 minutos uma menina ou mulher é estuprada em nosso país. Também é violência
quando temos nossos direitos a uma vida digna retirados.
Somos mulheres de luta e resistência, por isso lutamos. Nossa tarefa é continuar lutando contra a
fome, por condições melhores para produzir alimentos saudáveis, contra todos os tipos de violências que
afeta as mulheres camponesas, em defesa dos nossos territórios, da democracia e por direitossociais. ”

( Foto: Ocupação da Agência de Catalão. Créditos: Zap Catalão  )

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